Review | Lá, Onde o Vento Chora

Cinco estrelas. Porque esta foi uma das histórias mais bonitas que já li. Sobre angústia. Solidão. Rejeição. Superação. E até sobre o amor. Kya tem apenas seis anos quando vê a mãe sair de casa, com uma maleta azul e, percorrer o caminho de areia para nunca mais voltar. Mais tarde, todos os irmãos seguem o mesmo caminho da mãe e Kya aprende a sobreviver sozinha no pantanal a que chama de casa, fazendo amizade com as gaivotas e observando a Natureza que a rodeia, retirando desta ligação, as mais importantes lições de vida. Aqui não esperamos que tudo aconteça rapidamente, queremos viver a história de Kya para nos relembrarmos que a nossa infância formata o nosso futuro.
É uma história dramaticamente bonita. Por viver isolada de tudo e todos, Kya é alvo dos comentários e ações mais cruéis por parte dos moradores da cidade de Barkley Cove. Não pode ir à escola, nem a restaurantes. O simples facto de ir à mercearia para comprar aveia fá-la sentir-se uma intrusa. E quando o inesperado acontece - Chase Andrews, o quaterback popular, aparece morto - todos os dedos apontam na mesma direção: Kya, a miúda do pantanal. Porque o preconceito vai sempre existir enquanto a indiferença e o desrespeito pelo outro persistirem. E isto continua a ser triste. Muito triste.
